23.3.09

11.3.09

O perdão existe

O perdão pode existir. O fato não mudará, mas o perdão é uma nova catarse, uma emoção revivida, retomada. Portanto, existe. Libera, renova o ar. Por que não?

Nossos corpos

Magneticamente, eles se atraem. Se amam, interdependentes. Misteriosamente, se acolhem no vazio das medidas diferentes.

O espaço

O espaço: A câmara espelhada, preenchida por pensamentos sussurrados junto ao ouvido esquerdo. As paredes brancas, espaciais, cosmogênicas. Irmãs de cimento. Irmãs de areia, protegidas do vento. Uma porta. Uma janela. Servis. Caladas. Neste momento, eu entro. Dentro do espaço, eu crio e recrio e destruo o Tempo. Este Tempo que é o Senhor dos Dias. Este tempo absoluto que me revolve na terra deste planeta. Este planeta que recobre meu mundo, com uma casca aquática, com uma casa de paredes brancas. O espaço.

9.3.09

A fé

A fé. Esta palavra pequena. Fé. Palavra forte, injetada na alma. Esta palavra pequena, medida com um grão de mostarda. Fé aos milhares, fé de água. Fé de lágrima. Caminha-se por cima da fé. A fé salva. A fé remove montanhas. A fé é um silêncio meditado. É um silêncio cheio do Vazio. Ilimitado. A fé é um círculo de força. Um "quanta" transparente. Um véu endereçado ao amor. A fé é um instrumento. Uma lira. Um poema concreto. A fé é um discurso de sorrisos. Um alimento. Um banquete. Um sentido.

2.3.09

Palavras que brotam da alma

Palavras... muitas vezes, retirá-las de um maciço espiritual de considerações e sentimentos sobre o mundo e a existência revela-se trabalho árudo e penoso. Solítário. trabalho de poeta é difícil, mas compensador. Transcende o espaço do escritório, da rede, da cadeira de balanço. Ele vai e volta. Viaja e retorna. Alguns, ao contrário, não querem voltar. Encontram maravilhas que não querem deixar. Outros voltam parcialmente. Enlouquecem. Alguns nunca mais viajam. Assustados, desistem. Eu continuo escrevendo. A palavra também é um desenho. Desenhar letras é esculpir forma de significado, é resenhar de improviso. Escrever de lápis é rascunhar o mesmo espaço que ocupa a obra-prima. Eu estou ocupando um espaço com o meu pensamento. Estou buscando palavras, palavras que se direcionam, puxam umas às outras, como um novelo de lã, um fio de cabelo que se desprende. Antes de escrever, eu peço que me abençoe o mundo vasto das palavras, átomos do sentir, neurônios cósmicos da alma. Tudo se funde num oceano etérico, sem ar, sem vento, sem onda, sem medo. Mas preenchido de um quê difícil de definir. Um coisa que enche por dentro e por fora. Este deve ser o alimento que mantém a vida do poeta. Desse caçador de palavras, buscador. O Verbo. O do Gênese. Desconhecido, mas suspeitado. Um novo aroma. Uma liberdade irrepreensível. Vôo de entrega. Mergulho confiante. Onde os braços da infinitude aguardam.
Seus limites desconhecidos para nós, circulam ao sabor da letra que se forma no papel, na tela, na batida do teclado e no ritmo. É um produto quântico. Uma marca vendida, comida, bebida. Lavada e estendida num varal, para ser branida pelo vento. Uma bandeira. A palavra é uma bandeira que tremula sob o gozo livre.

Capa do jornal impresso

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edição número 5

Livro

Livro
Os Filhos da Terra, de autoria de Gusthavo Corrêa. Meditação poética, textos e contos. Adquira seu exemplar R$10,00. (31)9106-3000 ou gusthavo@hotmail.com

O SILÊNCIO E A VOZ DO TROVÃO

O SILÊNCIO
"Ensinamento através de um Índio Ancião"
Não temos medo dele. Na verdade, para nós ele é mais poderoso do que as palavras. Nossos ancestrais foram educados nas maneiras do silêncio e eles nos transmitiram esse conhecimento. "Observa, escuta, e logo atua", nos diziam. Esta é a maneira correta de viver.Observa os animais para ver como cuidam de seus filhotes.Observa os anciões para ver como se comportam. Observa o homem branco para ver o que querem. Sempre observa primeiro, com o coração e a mente quietos, e então aprenderás. Quanto tiveres observado o suficiente, então poderás atuar.Com vocês, brancos, é o contrário. Vocês aprendem falando. Dão prêmios às crianças que falam mais na escola. Em suas festas, todos tratam de falar. No trabalho estão sempre tendo reuniões nas quais todos interrompem a todos, e todos falam cinco, dez, cem vezes. E chamam isso de "resolver um problema". Quando estão numa habitação e há silêncio, ficam nervosos. Precisam preencher o espaço com sons. Então, falam compulsivamente, mesmo antes de saber o que vão dizer.Vocês gostam de discutir. Nem sequer permitem que o outro termine uma frase. Sempre interrompem. Para nós isso é muito desrespeitoso e muito estúpido, inclusive. Se começas a falar, eu não vou te interromper. Escutar-te-ei. Talvez deixe de escutá-lo se não gostar do que estás dizendo. Mas não vou interromper-te. Quando terminares, tomarei minha decisão sobre o que disseste, mas não te direi se não estou de acordo, a menos que seja importante. Do contrário, simplesmente ficarei calado e me afastarei. Terás dito o que preciso saber. Não há mais nada a dizer. Mas isso não é suficiente para a maioria de vocês.Deveríamos pensar nas suas palavras como se fossem sementes. Deveriam plantá-las, e permiti-las crescer em silêncio. Nossos ancestrais nos ensinaram que a terra está sempre nos falando, e que devemos ficar em silêncio para escutá-la.Existem muitas vozes além das nossas. Muitas vozes. Só vamos escutá-las em silêncio.

Profissão Jornalista

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Cidadão Kane